quarta-feira, 10 de julho de 2013

Notas pessoais... (não filosóficas, e sem correções de digitação)

Hoje pressinto algo incrivel: que finalmente encontrei a pessoa certa na minha vida. Varios pensamentos, então, me veem à mente sobre como isso ocorre e como é possivel, e mais ainda, se tem fundamento. Nunca tive muitas experiencias em viver ao lado de muitas pessoas, em conviver enfim, com diversas personalidades. Tive apenas na minha vida toda dois relacionamentos que me ensinaram muita coisa do laisse-faire de namorar. Engraçado lembrar que nos meus anos de adolescencia nem mesmo sonhava em me relacionar com nenhuma menina, com ninguem. Via a coisa com repulsividade inclusive, estava bastante crédulo que a vida é um ermo é só tem sentido desta forma. Até as mais singelas oportundiades de meninas que raramente se aproximavem iria afugentando para o ostracismo; eu queria mesmo é ficar sozinho, e tinha fé que deveria ser assim à vida toda.
Com base nisso o tmepo foi passando, e muitas experiencias que eu via meus colegas de minha idade ter serem proibidas por mim mesmo. Festas, bebedeiras, paqueras, namoros relampagos, experiencias com drogas e amizades numerosas. Ficava me questionando, no fim desse periodo, se minha abstinecia fora memso util, se meu lançamento tardio no mundo seria algo realmente importante. Varias vezes pensei que minha atitude de trocar os outros pelo engrandecimento de si mesmo fora a coisa mais estupida que já fiz. Encantado pela filosofia, e pela sua visão das coisas, não podia conter o desejo de ver além das coisas superficiais; e nesse caso achava que tudo a minha volta era superficial, em termos da vida do adolescente. Se por um lado meu a dúvida que se entregar à "sujeira" do mundo (hahaha visão maldosa e egocentrica) e viver tudo aquilo que os meus colegas viviam por força da maioria, seria algo importante para "crescer" espiritualmente, o outro lado me dizia com um olhar curioso que aquilo era superficial, e doravante incorreto: atrassaria a visão adulta das coisas... foi duro conviver com essa pergunta nos ouvidos, e até a estratificação promovida por ela... mas no fim a filosofia e o seu legado perene venceram, me neguei de todas essas experiencias, pois já em seus primórdios um contato comigo mesmo e com o desenvolvimento da mente já me trazia resultados; percebia um mundo rejeitado pelas pessoas de minha idade, um mundo mais encantador que aquele que era deificado como o único: o prazer.
E assim cresci, acreditando que relacionamentos, inclusive nesta esfera pessoal, eram coisas que não faziam sentido, eram superficiais. Sim, eu era um platonista nato: desejava aquilo que era eterno e seguro; a razão e a verdade por detrás da estrutura aparente... sempre fui assim confesso! desde pequeno adorava ver e saber como era o mecanismo que jazia internamente nas coisas e lhes permitia seu funcionamento. Então, cego à essa visão neguei-me relacionar afetivamente com os outros, no sentido de afetividade; não significava que eu era uma pessoa contra mas sim indiferente: falava muito calmamente com aqueles que falam comigo, e só. Não ia de encontro à me aprofundar mais naquilo que elas me questionavam e nem fazia questão de procura-las em busca de minhas resposta... isso era função da filosofia!
Então, vendo o tempo passar, e esta estratificação crescer, me deparei com a universidade... as coisas mudaram ai! vi que aquilo que tinha esperado e me restringido fora-me muito util para apreender tudo aquilo que a ciencia tem a oferecer: estudar e se conscentrar não eram problemas! mas a coisa exigia mais que isso... mesmo com o sucesso academico, ainda tive muitos problemas e duvidas do fim e por que do fazer aquilo, de estudar e apreender a ver as coisas por detras da aparencia. Não tinha motivos para continuar a jornada, via que certas experiencias faziam falta; se relacionar com as pessoas e ser afetuso me parecia algo que tinha um certo motivo de ser.
Decidi mudar os planos! e então, com 19 anos mudei a rota do pensamento: me relacionar também era uma experiencia que merecia ser vivida. Então, em busca do tempo perdido procurei conhecer pessoas... ainda que um grupo seleto delas, não aquelas que corriam para sua autro aniquilação e consideram-se feliz em viver em auto contradições (pessoas extremamente religiosas e baderneiros drogados tinham o mesmo significado por mim, e ainda tem, com base no que falei acima). Decidi procurar aqueles que, no minimo, tinham prazer em olhar mais atentamente para o mundo... amantes da filosofia. Conheci 3 pessoas! Ou melhor, elas me conheceram... enfim... A amizade delas fora importante, e ainda é. Conversar e aprender mais a ouvir o outro e também falar para o outro foi algo que aprendi e mais considero nesta experiência.
Vi que, ao me relacionar encontrava aqueles motivos de apreender e continuar cnhecendo, as coisas faziam sentido, e mais que isso; aprendia novas coisas e novas visões de mundo que não tinha notado antes. Era o milagre de se relacionar.
O tempo foi passando e as perguntas vieram sobre o ponto da sexualidade, mais precisamente; em encontrar uma parceira. Sem nada definido, uma destas amizades me ofereceu aquele caminho que esperava; ter pelo menos uma vez na vida, a experiência em namorar alguém. pela primeira vez tive contato mais intmimo com os sentimentos que tanto reprimia, estava então à um passo em me tornar uma pessoa mais afetuosa e sensivel. E foi isso o que aconteceu, em meios a dificuldades, aprendi muito nesse primeiro relacionamento em termos de sentimentos. Isso resolveu aquelas dúvidas que pairavam na minha cabeça sobre motivação do caminho do pensar... entender a outra pessoa foi uma coisa extraordinária, maravilhosa, e não só do ponto de vista espiritual mais também físico: novas experiencias, sensações, e desejos.
O outro lado também veio, afinal quem aprende a amar apreende a odiar... E por conta de diversos problemas apreendi que sentimentos não possuem foco, e não se dá pra viver em norte deles, a razão em si apresentava estes problemas, e os sentimentos também.. enfim, aprendiq ue o equilibrio de ambas era necessario. Foi um grande passo.
Por viver essas coisas tardiamente, e sempre com a perspectiva filosofica, aprendi, confesso, essas coisas de um modo diferente. Por mais que quissese voltar atras e retomar as experiencias que perdi, vi que mesmo se o fizesse não decorreria no mesmo caminho dos outros, já era tarde demais... a filosofia já deixara sua marca impreterivelmente. Desesperançado em ver que não poderia me tornar igual aos que um dia rejeitei, o jeito era seguir em frente com aquele caminho... e ver até onde iria essa coisas sinistra que se chama vida. Por conta disso, cresceu um jovem que costumo dizer de adolescente velho, por causa de viver na ponta dos dois abismos: viver a vida de adolescencia com aquelas consciencia da filosofia como norteadora.
Isso foi bom nas partes de namorar, por que, tive que reconhecer, (por ser reconhecido!) que namorar comigo era uma experiencia diferente, segundo as pessoas que me relacionei. Ao mesmo tempo que cuidava muito da relação, sendo atencioso, sabendo como agir em tais circunstacia sem dúvida ou irresponsabilidade, e acima de tudo sendo companheiro e amigo ouvindo e aconselhando os problemas da namorada. Ser reconhecido por isso era muito bom, e por conta disso, eu acho, que meus relacionamentos foram bastante estáveis e com um forte laço de encanto e carinho. Mas ao mesmo tempo, via que a coisa atingia porporções erradas na medida em que me sentia um "pai" mais que um namorado: por ser um adolescente velho, sim, eu pecava nestas condições.... e quantas vezes eu não chegava a pensar: "por que voce fez isso minha filha... quer dizer, meu amor?", "não se preocupe minha querida, eu vou cuidar de tudo, estou aqui para lhe ajudar, seja no que for, sempre dei um jeito não concorda?" Enfim, coisas que pais falavam para os filhos... isso me pertubava.
Eu tinha namoradas ou filhas?! Pois é, nesse ponto essa confusão era algo arrasador, por que também percebia que namorar era para elas algo como "agora me sinto segura" ou "tenho o David pra me ajudar, ele sabera o que fazer"... O que era isso afinal?! namoro significava isso? e minhas perguntas? como eu faria pra conviver com aquelas duvidas sobre a vida e sobre as coisas? Oras!!! não tive dúvidas, não adiantava namorar assim, era como estar sozinho apesar de estar acompanhado... e por vezes, era mais um entrave tanto físico quanto mental!! O que eu fiz então? cheguei a conclusão que namoro era algo superficial e que talvez estivesse certo em viver sozinho, ninguem poderia parecer ter a mesma visão de COMPARTILHAR a vida ao invez de entregar ao namoro apenas o objetivo de resolver problemas da outra pessoa.
Mas dai, onde eu encontraia uma pessoa que realmente quisesse SOMAR experiencias e não me SUBTRAIR delas com uma espécie de paternidade??? Será que existiam mulheres de minha idade com pensamento c´ritico? Será? Isso seria possivel? Eu nunca tinha visto!!! nem mesmo uma com um tendencia à filosofia e ao pensar próprios...
Isso me causou muita desesperança... não existe! quantas vezes eu disse isso... E em meio a amargura, sem motivos para procurar mais o que já tinha procurado, do nada, aparece-me a luz no fim do túnel: eins que inesperadamente encontro a pessoa que me supreende, que agiu totalmente diferente do que eu esperava, alguem realmente que eu não pdoeria prever por conta de possuir aquilo que eu procurava: PENSAMENTO próprio!!!
Não preciso dizer como me senti feliz... como estou agora. =D
Finalmente, poderei amar alguem com todas as forças, sem medo, até por que, se não for pra ser, por que não amaria afinal??? medo de se machucar?! Não!! que se danem as perspectivas futuras de se auto preservar emotivamente, se não for agora nunca o será, e nem quero mais fugir.. vou apostar tudo, não tenho o que perder nesse jogo, a vida não é auto-renuncia mais um impulso!! por conta disso não me importo mais em me machucar, passar momentos tristes ou felizes, afinal, seria muito melhor isso do que a velha imagem do mundo em tom de cinza, em que qualquer vestígio de cor significava: voltemos ao ponto de partida.

Trechos e apontamentos acerca de Adorno em "O conceito de iluminismo" parte 2

Continuando a postagem anterior;

Para Adorno, mito e iluminismo se confundem, até certo ponto, em sua essência: o mito possui as raízes do iluminismo em suas características de visão-de-mundo , ou seja, ele percorre o mundo com um olhar que separa e classifica de acordo com suas próprias convicções. Deste modo, o mito se aproxima do iluminismo na medida que este também subjuga as demais perspectivas de um modo autocrático; o que é entendido pelo iluminismo é tragado em sua estrutura de pensamento e digerido para que possa então ser assimilado ou então expelido, se acaso não for possível adequar-se ao organismo do iluminismo. Retomando estas características, observamos que o iluminismo se comporta muito bem como uma cultura fechada; para o qual é interessante lembrar certos conceitos de Claude Lévi Strauss; a atitude diante à perspectivas (culturas, ou na acepção original; tribos rivais) uma determinada cultura fechada tende a reagir de duas formas diferentes: uma é a antropofágica, cuja a tendência é a "desalienação" das substancias alheias, ou seja, a tendência de absorver o estranho para dentro de si e torna-lo parte do corpo, e a outra atitude consiste naquilo que Strauss chama de "antropoêmica" que literalmente expele os corpos estranhos para fora do organismo cultural. Desta forma, a atitude primária do iluminismo se caracteriza-se pela condição antropofágica, de absorver as perspectivas diferentes que "iludem o homem pela imaginação" e verificar-lhes um fundamento de acordo com os pressupostos iluministas. Se essa "digestão" incorrer numa verificação de algum traço aquele corpo estranho é aceito na medida em que se adaptar a visão iluminista, confirmando seu legado extraordinário. Porém se acaso resultar em uma "má digestão" o corpo  é expelido para fora e classificado como venenoso: ninguém deve-se aproximar ou tentar sorver-se de algo tóxico o suficiente à levar a morte (neste caso, da liberdade humana, segundo o iluminismo).
"Assim como os mitos já são iluminismo, assim também o iluminismo se envolve em mitologia a cada passo mais profundamente. Ele recebe todo seu material dos mitos, para então destrui-los, e, enquanto justiceiro, cair sobre o encantamento mítico" [1]. Deste modo o iluminismo em sua perspectiva autocrática de mundo revela-se como um mito na medida em que ordena e classifica o mundo de acordo com a razão instrumental. A atitude de classificar, atribuir e hierarquizar é algo próprio da mitologia na medida em que experimenta do mundo os fatos para atribuir-lhe um sentido próprio dentro do seu corpo de definições e valores.
O iluminismo opera segundo o principio da "repetição" ou principio da imanência: para Adorno este principio é o fundamento do iluminismo em seu credo de objetualização da natureza, aquela concepção em que a causalidade define as diferentes formas e essências do mundo com iguais umas as outras e apenas aparentemente diferentes por conta de suas relações determinadas e cognocíveis apenas à luz da razão instrumental. O objetivo do iluminismo, sua sabedoria ressequida, aquilo que pertence ao ideal a ser alcançado e digno de ser perseguido, consiste na determinação destas leis causais e conhecimento das diferentes formas através da razão instrumental; assim quando tudo for "conhecido" (determinado racionalmente), quando todas as coisas não passarem de disseminações entre si, e quando o homem for senhor do mundo (através dessa determinação do mundo), só então o iluminismo terá findado sua busca. Isto revela o traço de dominação do pensamento iluminista, entregando não só o que deve-ser, mas também aquilo que é digno: tornar o é em deve-ser.
Indo mais além, usando seu fundamento de que tudo é igual à tudo na medida da determinação, o iluminismo dissolve na mente do homem a aquela desigualdade original entre as coisas e suas qualidades. Fazendo justiça, não existem diferenças, a fim de exemplo, entre homens e suas posses. Mas também o iluminismo é auspicioso à dirigir-se a essas igualdade em âmbito universal: tudo é igual a tudo. Com efeito, não existe mais aquilo de incomensurável, indeterminado, aquilo que é por si, tudo passa a ser mais uma cópia do mesmo através da igualdade de tudo com tudo baseada na determinação racional. Neste ponto, na esfera antropológica, o iluminismo entrega ao homem a individualidade na medida em que este passa a ser como igual a todos os outros entes do mundo, sem distinções. O homem é indivíduo, mas um indivíduo é igual ao outro indivíduo, e além disso não é menos verdade para o iluminismo que todos os homens sejam indivíduos; portanto, iguais. Com efeito, o iluminismo segundo Adorno dá aos "homens um si-mesmo próprio a cada um e distinto do outros e de todos, só para que se torne, com mais segurança, igual aos outros" [1]. Uma consequência fundamental disso é a conformidade com a realidade, pois diante de um mundo de cópias e igualdade nada é novo, tudo aquilo que é e deve-ser, nada menos que um destino: o caminho perene da razão instrumental e sua transformação do mundo por autoridade suprema do iluminismo.
A ferramenta iluminista, a abstração, para subjugar o mundo, é também detentora de características políticas interessantes: ela se assemelha a aquela organização industrial, de repetição na medida em que tudo da natureza pode ser repetido por conta da instrumentalização. Sabedoria e viver são nada mais vistos como um produzir industrial, deste modo o homem identifica-se com seu mundo próprio da produção artificial, e o identifica finalmente com o mundo possível. Aquele principio fundamental, a distancia e estratificação do ser e objeto, a classificação e hierarquização do mundo, desenvolve-se no seio da lógica formal, e que para todos os fins é aquela mesma que define tudo o que é para-ser mas não é; ou seja, é a desveladora de entes do mundo, e sua delineação percorre a criação e destruição de tudo o que existe ou pode existir, é portanto, Deus. Deste modo, o homem, agora indivíduo é o criador do criador, enquanto tudo o que é é deve-ser perante seu próprio Deus.
"O si-mesmo que, com a sujeição do mundo, aprendeu a ordem e a subordinação, não tardou a identificar a verdade em geral como um pensar que dispõe, cujas firmes diferenciações são imprescindíveis para que possa subsistir".[1] O indivíduo proclamado si-mesmo pelo iluminismo, percorre sua peregrinação perene e procrastinadora sobre o mundo-instrumento, feito em seu credo uma criação própria, e portando é um Deus daquilo que lhe aprisiona e ao mesmo tempo lhe pune. Viver em tal circunstância, em negar aquilo que é pelo aquilo que podemos absorver e instrumentalizar, é o traço do cientismo exacerbado... e cá entre nós, ainda presente nós dias de hoje na maior parte das pessoas.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Algumas considerações pós-modernas no iluminismo de Espinoza.

Parte do escrito aqui visa relacionar algumas ideias centrais do sociólogo Z. Baunmam em seu "Modernidade Líquida" com as críticas espinozianas ao sistema clássico de filosofia escolástica. Este artigo está ainda em fase de construção, e o que será apresentado aqui nada mais é do que um prólogo das analises por vir. Como de praxe deste blog, não leve tais considerações de modo incontestável por alhures à forma acadêmica (por mais próxima que possa ser em opinião), alias é um conselho que vem a calhar bem à artigos desta designação também...

Obrigado pela atenção e boa leitura!

Para Baumam o contexto moderno não se aplica à tempos atuais. Não é difícil observar mudanças abruptas no meio social em relação ao fim do século passado com o inicio deste. Partindo de um ponto de vista heurístico, Bauman tenta associar tais mudanças as características físicas do estado da matéria; sólido e líquido. Tomemos como ponto de partida um exemplo desta perspectiva: Em uma entrevista, Bauman nos conta um fato interessante que lhe ocorrera quando um dos alunos lhe intimidou vangloriando-se da grande quantidade de amigos feitos por intermédio das redes sociais; "em apenas um único dia, fiz mais de 500 amigos!". Para Bauman, sensibilizado pela declaração do jovem aluno, responde "Em toda meus 80 anos de vida não consegui fazer nem um centésimo de amigos, de fato, é realmente notável a mudança de sentido no conceito de 'amizade' nos tempos atuais".
Esta mudança deriva em parte da constante "aceleração" da modernidade em sua dinâmica. Em contraste com a era suplantada, a pós modernidade se caracteriza por uma radical mudança em conceitos muito bem "sólidos" ou concisos da era passada. Parte da incontestável característica de certos fenômenos modernos foram substituídos pela característica pós moderna evasiva, transitória e caótica. Na antiga modernidade, a principal característica era sua "solidez"; a vida de um sujeito era determinada pelos ditames da razão em todos os aspectos, desde seu comportamento até suas perspectivas futuras, culturais e afetivas. Para um sujeito vivendo em tal período, não era muito difícil se observar a semelhança entre passado e futuro, entre as consequências promovidas por esta aproximação feita na medida que a vida do homem era conhecida antes de ser efetivada. Tomemos por exemplo as relações familiares; em uma dada família, as tradições e legados culturais e morais era transmitidos e seguidos a priori, não poderiam ser questionados. Campo de trabalho do indivíduo, imperava-se um elitismo cujo a herança em relação ao acomodamento do individuo na sociedade eram passados de pais para filhos. Um artesão saberia que sendo filhos de artesão suas espectativas reduzian-se a propagar tal posição, muito pouco provavel que saise desta condição bem como ela não se realizasse; pois nesta sociedade o empenho de todos para manter esta hierrquia social era imprescnindivel em muitos aspectos.
Oras, o mesmo não ocorre atualmente. temos severas dificuldades em prever nosso futuro proximo, e somos desolados por uma constante onde de incertezas quando nossa acomodação dentro da sociedade. Tal incerteza deve-se, em partes, à superação dos ditames "sólidos" da era moderna; se o individuo estava acorrentado dentro da sociedade atualmente a sciedade acorrenta-se no individuo. Por assim dizer, a responsabilidade de oferercer meios para o desenvolvimento do individuo não é mais uma caracteristica de um estatuto ou estrutura social; este é devido ao indivuduo, e a tarefa de acomodar-se deve inteiramente a suas próprias faculdades autonomas. Vivemos uma inversão dos papeis; a sociedade é determinada pelo individuo na medida em que este atua no meio em que vive de forma solitária em sua busca pela acomodação social, e a sociedade por fim vive as custas do individuo e da sua constante busca pela acomodação.
Para Bauman esta "liberdade" do indivíduo dentro da sociedade difere radicalmente da liberdade aprazida de valor significativo. Retornando conceito de liberdade em Schopenhauer, Bauman segue que a liberdade do indivíduo contemporâneo não é senão aparente, ou nas suas palavras de jure. Isso ocorre por que a liberdade pode conduzir as dois caminhos distintos; entendida como potencia do ser em relação ao mundo, podemos dizer que a satisfação da vontade de um sujeito é frenado pela inércia de realização perante o mundo. com efeito, para que a vontade seja satisfeita, para que o sujeito posso encontrar com suas decisões autônomas efetivadas, sua capacidade em manipular o mundo é fundamental para contrabalancear seus desejos internos. Quando isto ocorre, estamos diante de um sentido de liberdade de facto, pois o indivíduo pode amplificar sua potencia para atuar na realização de seus desejos. Em contra partida temos o caso em que as vontades do sujeito são aparadas de modo que a realização no mundo seja a mais simples possível, neste caso temos uma liberdade de característica aparente, de jure, onde o sujeito é obrigado a reduzir sua potencia para poder ter a satisfação de seus desejos. Neste ultimo caso o indivíduo é condenado à ser livre; sua sensação de satisfação de suas vontades são fadadas à um ajuste interno e determinado à certas condições. Em breve abordaremos como a liberdade ocorreu esta mudança dentro da sociedade e quais foram seus motivos.

Trechos e apontamentos acerca de Adorno em "O conceito de ilumnismo"

Neste texto em mãos, uma versão traduzida sob a consultoria de Paulo Eduardo Arantes, Theodor W. Adorno em parceria com Horkheimer enfocam sobre a análise do desenvolvimento do iluminismo em contraponto com as ideias de uma perspectiva cultural. Escreverei na medida em que avançar a minha leitura do texto. Então, que seja esta a primeira parte :)

Por iluminismo podemos pensar com Adorno a ideia de um movimento objetivando a libertação do homem das "mitos e da imaginação, por meio do saber" [1]. Se na escolástica temos a velha tendencia à tradicação  cultural esmerando a vida do homem em quase todos os aspectos, o iluminismo surge como uma reviravolta à esta tradição e impõe á escolastica o predicato de inutilidade como realização da praxis, e como aprisionadora do pensamento humano em sua condição de saber.
O pedantismo cultural, o respeito a dura hierarquia da tradição conceitual e a opressão social e moral conduzida pela escolastica geraram uma bagagem de evolução tecnológica na época que não eram sulficientes para atender a socieade e sua transformação natural e histórica. A evidencia de muitos problemas ocassionados por esta tradição, como por exemplo sua complexidade em administrar a natural dúvida do homem em sua existencia, resultaram em uma profusão de questionamentos acerca da tendencia e do futuro da tradição escolástica. Sendo assim, tomados pelo intuito de quebra de paradigma, muitos pensadores viam que a pesquisa empirica acerca da natureza, os instrumentos e ferramentas usadas pelo homem para sobreviver, foram tomados como cerne de uma perspectiva para uma nova ordem: a visão cientifica.
Seguindo os apontamentos de F. Bacon, Adorno objeta que os primórdios do iluminismo baseava-se na emancipação do homem através do poder natural do conhecimento enquanto técnica. Em analogia ao desenvolvimento técnico de seu período, instrumentos que operavam a natureza em fortalecimento do poder centrado nas mãos do homem foi tomado como referencia ao iluminismo e sua ideia de finalidade do ser. Porém, diante da indubitavel evidencia de que a tecnica fornce o poder para o homem podemos observar que a visão iluminista tende à um distanciamento do real para o um mundo caracturizado e forçosamente delineado: este poder cabe ao homem mas não o homem real, aquele submetido à uma sociedade hierarquica... a partir dai surgem os primeiros problemas quanto à posse deste poder.
O ilimunismo responde estas criticas apenas ignorando-as: não é importante se questionar acerca disso pois a ideia de discussão da ética não faz parte da ideia de tomar o saber como potencia para mudar a natureza. Com efeito, não cabe restringir o certos ou tais condições para que se produza aquele conhecimento que efetivamente pode levar o homem à ao poder de manipulr a natureza. Nesse ponto o ilumnismo deixa trasnparecer sua caracterisca arraigada ao desespero e imediatismo implicito para com os meios em relação aos fins. "O que os homens querem aprender da natureza é como aplica-la para dominar completamente sobre ela e sobre os homens. Fora isso, nada conta" [1]. Seguindo esta tendencia podemos ver que o iluminismo "incinerou os ultimos restos da consciencia de si" [1] tornando como base para a ideia de ser o progresso e procrastinação reservada à aquisição de mais poder sobre a natureza. De fato, a velha tentativa de "tomar o em-si para o poder-ser" [2] é a princiapal caracteristica que tende trazer ao iluminismo sua visão laconica de homem, mundo e sociedade.
O iluminismo prossegue sua luta contra as verdades universais propagadas enfática e penosamente pela antiga tradição mítica do homem em seus tempos de escolástica. Se antes a quebra destes ditames era visto como aquilo que produz a repulsão e medo de prosseguir em seu pecado de observar a natureza na sua condição de atemorizar o espírito incrédulo, com o iluminismo a própria tendência de atemorizar o livre contato com ela é o insumo do horror. "A partir de agora, a matéria deverá ser finalmente dominada, sem apelo a forças ilusórias que governem ou que nela habitem, sem apelo a propriedades ocultas - aquilo que não poderia ser transposto de forma alguma" [2, o grifo é adição minha]. O modo de proseguir para esta roptura por parte do iluminismo é a ignorancia da diversidade: Tomando como cerna das ideias a racionalização à unidade de ser-objeto (sim, esta diáde surge no seio iluminista) os mitos tomados como tais são transpostos ao plano de explicação e credo ilumistas, onde podem ser julgados com severidade por seus postulados e pressunções. Com efeito, o atrito gerado pela mítica e ilumismo apenas servia de alimento para o ultimo.
"O que o iluminismo reconhece de antemão como ser e como acontecer é o que pode ser abrangido pela unidade; seu ideal é o sistema, do qual tudo segue" [1]. O apelo pela unidade e pela sistematização das representações do mundo por um idealismo utópico, toma partido da justificação da causis efitienza do ser. O que não pode ser desvanecido pela unidade não pode-ser para a causa iluminista. Neste ponto a ideologia iluminista insistem destruir a qualidade em prol da matéria e unidade primordiais. Tudo o mais não existe, ou existe dentro daquele lime diferencial em que pode ser ignorado e tomado como nada [3]. Observamos isso, inclusive, na física moderna em suas asseverações sobre a natureza da matéria, em que esta é tomada como sendo em grande parte o nada.
"Todo ritual inclui uma representação do acontecer enquanto processo determinado que se destina a ser influenciado pelo feitiço" [1]. Neste caso podemos observar uma analogia ao processo científico de explanar a realidade. Tomando como o "ser invisível a ser louvado" como a própria ideia de unidade, a ciência prossegue no seu ritual de justificar a realidade por meio de reduções causais. "Desde então que o ser se decompõe em logos, por um lado, e outras coisas de outro(...)"[1] A própria ideia de ritual da ciência é aquela em que se acredita na verdade suprema de que a diferença única e verdadeira entre o sujeito e o mundo absorve todas as outras; inclusive a própria pluralidade entre objetos do mundo. É nesse ponto, precisamente, que a ciência releva sua radicalidade mítica, muito emprestada da velha concepção que destina a se opor: a visão de um Deus Criador supremo. Diante do ermo supremo do criador, os poderes de criação e destruição são atribuídos ao homem, que não é nada mais que "Sua imagem e semelhança"[Gên 1, 26] . Nas palavras de Adorno "O Deus criador e o espírito ordenador são iguais entre si enquanto senhores da natureza. No homem, o seu ser feito à imagem de Deus consiste na sua soberania sobre o que existe, no seu olhar de senhor, no comando" [1]. Seguindo este pressuposto, o homem determina tudo o que é como dever-ser, isso se traduz na pesquisa científica, como lembra Adorno, em que no estudo da matéria o Átomo não é um representante da matéria, mas um espécime dela, ou seja, é toda a matéria indiferente a sua pluralidade inata.

[1] O conceito de iluminismo, T. W. Adorno e Horkheimer
[2]  Argumentos cientificos, F. Bacon
[3] Ética. Espinoza

Introdução ao blog...

Os escritos que se seguem são apenas uma síntese de algumas ideias e projeções para entendimento da leitura do texto. Não pretendo evidenciar nenhuma postura academica (do tipo, PORRA! escrevi errado isso!) ou qualquer fim de justificação conceitual objetivando aceitação por parte de um grupo de entendidos no assunto... apenas pelo deleite para apreensão de ideias, seguem-se abaixo, sem qualquer ordem ou justificativa, escritos e apontamentos inacadabos ou não, dos textos referidos:

Boa leitura, e obrigado pela atenção!