terça-feira, 2 de julho de 2013

Algumas considerações pós-modernas no iluminismo de Espinoza.

Parte do escrito aqui visa relacionar algumas ideias centrais do sociólogo Z. Baunmam em seu "Modernidade Líquida" com as críticas espinozianas ao sistema clássico de filosofia escolástica. Este artigo está ainda em fase de construção, e o que será apresentado aqui nada mais é do que um prólogo das analises por vir. Como de praxe deste blog, não leve tais considerações de modo incontestável por alhures à forma acadêmica (por mais próxima que possa ser em opinião), alias é um conselho que vem a calhar bem à artigos desta designação também...

Obrigado pela atenção e boa leitura!

Para Baumam o contexto moderno não se aplica à tempos atuais. Não é difícil observar mudanças abruptas no meio social em relação ao fim do século passado com o inicio deste. Partindo de um ponto de vista heurístico, Bauman tenta associar tais mudanças as características físicas do estado da matéria; sólido e líquido. Tomemos como ponto de partida um exemplo desta perspectiva: Em uma entrevista, Bauman nos conta um fato interessante que lhe ocorrera quando um dos alunos lhe intimidou vangloriando-se da grande quantidade de amigos feitos por intermédio das redes sociais; "em apenas um único dia, fiz mais de 500 amigos!". Para Bauman, sensibilizado pela declaração do jovem aluno, responde "Em toda meus 80 anos de vida não consegui fazer nem um centésimo de amigos, de fato, é realmente notável a mudança de sentido no conceito de 'amizade' nos tempos atuais".
Esta mudança deriva em parte da constante "aceleração" da modernidade em sua dinâmica. Em contraste com a era suplantada, a pós modernidade se caracteriza por uma radical mudança em conceitos muito bem "sólidos" ou concisos da era passada. Parte da incontestável característica de certos fenômenos modernos foram substituídos pela característica pós moderna evasiva, transitória e caótica. Na antiga modernidade, a principal característica era sua "solidez"; a vida de um sujeito era determinada pelos ditames da razão em todos os aspectos, desde seu comportamento até suas perspectivas futuras, culturais e afetivas. Para um sujeito vivendo em tal período, não era muito difícil se observar a semelhança entre passado e futuro, entre as consequências promovidas por esta aproximação feita na medida que a vida do homem era conhecida antes de ser efetivada. Tomemos por exemplo as relações familiares; em uma dada família, as tradições e legados culturais e morais era transmitidos e seguidos a priori, não poderiam ser questionados. Campo de trabalho do indivíduo, imperava-se um elitismo cujo a herança em relação ao acomodamento do individuo na sociedade eram passados de pais para filhos. Um artesão saberia que sendo filhos de artesão suas espectativas reduzian-se a propagar tal posição, muito pouco provavel que saise desta condição bem como ela não se realizasse; pois nesta sociedade o empenho de todos para manter esta hierrquia social era imprescnindivel em muitos aspectos.
Oras, o mesmo não ocorre atualmente. temos severas dificuldades em prever nosso futuro proximo, e somos desolados por uma constante onde de incertezas quando nossa acomodação dentro da sociedade. Tal incerteza deve-se, em partes, à superação dos ditames "sólidos" da era moderna; se o individuo estava acorrentado dentro da sociedade atualmente a sciedade acorrenta-se no individuo. Por assim dizer, a responsabilidade de oferercer meios para o desenvolvimento do individuo não é mais uma caracteristica de um estatuto ou estrutura social; este é devido ao indivuduo, e a tarefa de acomodar-se deve inteiramente a suas próprias faculdades autonomas. Vivemos uma inversão dos papeis; a sociedade é determinada pelo individuo na medida em que este atua no meio em que vive de forma solitária em sua busca pela acomodação social, e a sociedade por fim vive as custas do individuo e da sua constante busca pela acomodação.
Para Bauman esta "liberdade" do indivíduo dentro da sociedade difere radicalmente da liberdade aprazida de valor significativo. Retornando conceito de liberdade em Schopenhauer, Bauman segue que a liberdade do indivíduo contemporâneo não é senão aparente, ou nas suas palavras de jure. Isso ocorre por que a liberdade pode conduzir as dois caminhos distintos; entendida como potencia do ser em relação ao mundo, podemos dizer que a satisfação da vontade de um sujeito é frenado pela inércia de realização perante o mundo. com efeito, para que a vontade seja satisfeita, para que o sujeito posso encontrar com suas decisões autônomas efetivadas, sua capacidade em manipular o mundo é fundamental para contrabalancear seus desejos internos. Quando isto ocorre, estamos diante de um sentido de liberdade de facto, pois o indivíduo pode amplificar sua potencia para atuar na realização de seus desejos. Em contra partida temos o caso em que as vontades do sujeito são aparadas de modo que a realização no mundo seja a mais simples possível, neste caso temos uma liberdade de característica aparente, de jure, onde o sujeito é obrigado a reduzir sua potencia para poder ter a satisfação de seus desejos. Neste ultimo caso o indivíduo é condenado à ser livre; sua sensação de satisfação de suas vontades são fadadas à um ajuste interno e determinado à certas condições. Em breve abordaremos como a liberdade ocorreu esta mudança dentro da sociedade e quais foram seus motivos.

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