Neste texto em mãos, uma versão traduzida sob a consultoria de Paulo Eduardo Arantes, Theodor W. Adorno em parceria com Horkheimer enfocam sobre a análise do desenvolvimento do iluminismo em contraponto com as ideias de uma perspectiva cultural. Escreverei na medida em que avançar a minha leitura do texto. Então, que seja esta a primeira parte :)
Por iluminismo podemos pensar com Adorno a ideia de um movimento objetivando a libertação do homem das "mitos e da imaginação, por meio do saber" [1]. Se na escolástica temos a velha tendencia à tradicação cultural esmerando a vida do homem em quase todos os aspectos, o iluminismo surge como uma reviravolta à esta tradição e impõe á escolastica o predicato de inutilidade como realização da praxis, e como aprisionadora do pensamento humano em sua condição de saber.
O pedantismo cultural, o respeito a dura hierarquia da tradição conceitual e a opressão social e moral conduzida pela escolastica geraram uma bagagem de evolução tecnológica na época que não eram sulficientes para atender a socieade e sua transformação natural e histórica. A evidencia de muitos problemas ocassionados por esta tradição, como por exemplo sua complexidade em administrar a natural dúvida do homem em sua existencia, resultaram em uma profusão de questionamentos acerca da tendencia e do futuro da tradição escolástica. Sendo assim, tomados pelo intuito de quebra de paradigma, muitos pensadores viam que a pesquisa empirica acerca da natureza, os instrumentos e ferramentas usadas pelo homem para sobreviver, foram tomados como cerne de uma perspectiva para uma nova ordem: a visão cientifica.
Seguindo os apontamentos de F. Bacon, Adorno objeta que os primórdios do iluminismo baseava-se na emancipação do homem através do poder natural do conhecimento enquanto técnica. Em analogia ao desenvolvimento técnico de seu período, instrumentos que operavam a natureza em fortalecimento do poder centrado nas mãos do homem foi tomado como referencia ao iluminismo e sua ideia de finalidade do ser. Porém, diante da indubitavel evidencia de que a tecnica fornce o poder para o homem podemos observar que a visão iluminista tende à um distanciamento do real para o um mundo caracturizado e forçosamente delineado: este poder cabe ao homem mas não o homem real, aquele submetido à uma sociedade hierarquica... a partir dai surgem os primeiros problemas quanto à posse deste poder.
O ilimunismo responde estas criticas apenas ignorando-as: não é importante se questionar acerca disso pois a ideia de discussão da ética não faz parte da ideia de tomar o saber como potencia para mudar a natureza. Com efeito, não cabe restringir o certos ou tais condições para que se produza aquele conhecimento que efetivamente pode levar o homem à ao poder de manipulr a natureza. Nesse ponto o ilumnismo deixa trasnparecer sua caracterisca arraigada ao desespero e imediatismo implicito para com os meios em relação aos fins. "O que os homens querem aprender da natureza é como aplica-la para dominar completamente sobre ela e sobre os homens. Fora isso, nada conta" [1]. Seguindo esta tendencia podemos ver que o iluminismo "incinerou os ultimos restos da consciencia de si" [1] tornando como base para a ideia de ser o progresso e procrastinação reservada à aquisição de mais poder sobre a natureza. De fato, a velha tentativa de "tomar o em-si para o poder-ser" [2] é a princiapal caracteristica que tende trazer ao iluminismo sua visão laconica de homem, mundo e sociedade.
O iluminismo prossegue sua luta contra as verdades universais propagadas enfática e penosamente pela antiga tradição mítica do homem em seus tempos de escolástica. Se antes a quebra destes ditames era visto como aquilo que produz a repulsão e medo de prosseguir em seu pecado de observar a natureza na sua condição de atemorizar o espírito incrédulo, com o iluminismo a própria tendência de atemorizar o livre contato com ela é o insumo do horror. "A partir de agora, a matéria deverá ser finalmente dominada, sem apelo a forças ilusórias que governem ou que nela habitem, sem apelo a propriedades ocultas - aquilo que não poderia ser transposto de forma alguma" [2, o grifo é adição minha]. O modo de proseguir para esta roptura por parte do iluminismo é a ignorancia da diversidade: Tomando como cerna das ideias a racionalização à unidade de ser-objeto (sim, esta diáde surge no seio iluminista) os mitos tomados como tais são transpostos ao plano de explicação e credo ilumistas, onde podem ser julgados com severidade por seus postulados e pressunções. Com efeito, o atrito gerado pela mítica e ilumismo apenas servia de alimento para o ultimo.
"O que o iluminismo reconhece de antemão como ser e como acontecer é o que pode ser abrangido pela unidade; seu ideal é o sistema, do qual tudo segue" [1]. O apelo pela unidade e pela sistematização das representações do mundo por um idealismo utópico, toma partido da justificação da causis efitienza do ser. O que não pode ser desvanecido pela unidade não pode-ser para a causa iluminista. Neste ponto a ideologia iluminista insistem destruir a qualidade em prol da matéria e unidade primordiais. Tudo o mais não existe, ou existe dentro daquele lime diferencial em que pode ser ignorado e tomado como nada [3]. Observamos isso, inclusive, na física moderna em suas asseverações sobre a natureza da matéria, em que esta é tomada como sendo em grande parte o nada.
"Todo ritual inclui uma representação do acontecer enquanto processo determinado que se destina a ser influenciado pelo feitiço" [1]. Neste caso podemos observar uma analogia ao processo científico de explanar a realidade. Tomando como o "ser invisível a ser louvado" como a própria ideia de unidade, a ciência prossegue no seu ritual de justificar a realidade por meio de reduções causais. "Desde então que o ser se decompõe em logos, por um lado, e outras coisas de outro(...)"[1] A própria ideia de ritual da ciência é aquela em que se acredita na verdade suprema de que a diferença única e verdadeira entre o sujeito e o mundo absorve todas as outras; inclusive a própria pluralidade entre objetos do mundo. É nesse ponto, precisamente, que a ciência releva sua radicalidade mítica, muito emprestada da velha concepção que destina a se opor: a visão de um Deus Criador supremo. Diante do ermo supremo do criador, os poderes de criação e destruição são atribuídos ao homem, que não é nada mais que "Sua imagem e semelhança"[Gên 1, 26] . Nas palavras de Adorno "O Deus criador e o espírito ordenador são iguais entre si enquanto senhores da natureza. No homem, o seu ser feito à imagem de Deus consiste na sua soberania sobre o que existe, no seu olhar de senhor, no comando" [1]. Seguindo este pressuposto, o homem determina tudo o que é como dever-ser, isso se traduz na pesquisa científica, como lembra Adorno, em que no estudo da matéria o Átomo não é um representante da matéria, mas um espécime dela, ou seja, é toda a matéria indiferente a sua pluralidade inata.
[1] O conceito de iluminismo, T. W. Adorno e Horkheimer
[2] Argumentos cientificos, F. Bacon
[3] Ética. Espinoza
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